
Bebê com doença rara é transferido de hospital em Concórdia para cirurgia em SP
Concórdia – Um bebê de 19 dias de vida que nasceu com doença rara foi transferido do Hospital São Francisco (HSF) de Concórdia na manhã desta quarta-feira (03) para um hospital especializado em Bauru, no interior de São Paulo. Gustavo Nogueira Vaz nasceu de parto normal e sem alterações no último dia 15 no HSF e desde então foi internado na UTI neonatal devido a complicações respiratórias provocadas pela doença chamada Síndrome de Pierre Robin.
Gustavo nasceu com uma fissura no céu boca e com o queixo retraído. Para a transferência foi montado todo um aparato médico. O bebê foi entubado para se deslocar numa ambulância do SAMU até o aeroporto municipal. O avião que veio buscar Gustavo saiu de Curitiba/PR e pouso em Concórdia por volta das 11h e decolou meia hora depois. Uma equipe médica acompanhou o bebê e a mãe Sara a Bauru, onde Gustavo passará por cirurgia.
De acordo com o pai do menino, Marcos Nogueira Vaz, a internação de Gustavo em SP é por tempo indeterminado. “De lá ele só sai para casa”, ressalta. Nogueira enfatiza que a Associação de Promoção do Fissurado Lábio Palatal (ProFis) de Concórdia fez todo o acompanhamento e encaminhamento de Gustavo para tratamento especializado. Nogueira espera que o procedimento cirúrgico transcorra sem problemas para que em breve o filho esteja no aconchego do lar.
Síndrome de Pierre Robin, também conhecida por Sequência de Pierre Robin, é uma doença rara que se caracteriza por anomalias faciais como mandíbula diminuída, queda da língua para a garganta, obstrução das vias pulmonares e fenda no palato. Esta doença está presente desde o nascimento.
A Síndrome de Pierre Robin não tem cura, porém existem tratamentos que ajudam o indivíduo a ter uma vida normal e saudável.
Sintomas da Síndrome de Pierre Robin
Os principais sintomas da Síndrome de Pierre Robin são: mandíbula muito pequena e queixo recuado, queda da língua para a garganta, e problemas respiratórios. Outras características da Síndrome de Pierre Robin podem ser:
Fenda no palato, em forma de U ou de V;
Úvula dividida em dois;
Céu da boca muito alto;
Infecções no ouvido frequentes que podem causar surdez;
Alteração na forma do nariz;
Malformações dos dentes;
Refluxo gástrico;
Problemas cardiovasculares;
Crescimento de um 6º dedo na mão ou pés.
É comum os pacientes com esta doença apresentar asfixia devido à obstrução das vias pulmonares causada pela queda da língua para trás, o que provoca a obstrução da garganta. Alguns pacientes também podem apresentar problemas no sistema nervoso central, como atraso na linguagem, epilepsia, atraso mental e líquido no cérebro.
O diagnóstico da Síndrome de Pierre Robin é feito através de exame físico logo à nascença em que são detetadas as características da doença.
Tratamento da Síndrome de Pierre Robin
O tratamento da Síndrome de Pierre Robin consiste em gerenciar os sintomas da doença nos pacientes, evitando complicações graves. O tratamento cirúrgico pode ser aconselhado nos casos mais graves da doença, para corrigir a fenda do palato, os problemas respiratórios e corrigir os problemas no ouvido, evitando perda de audição na criança.
Alguns procedimentos devem ser adotados pelos pais dos bebês com esta síndrome para evitar problemas de asfixia, como manter o bebê de bruços para que a gravidade puxe a língua para baixo; ou alimentar com cuidado o bebê, evitando que ele se engasgue.
A fonoaudiologia na Síndrome de Pierre Robin é indicada para ajudar a tratar os problemas relacionados com a fala, audição e movimento da mandíbula que as crianças com esta doença apresentam.
Fonte: Atual FM.