‘Parecia que matariam todos’, diz sobrevivente de chacina em Joinville

“Nos levaram e parecia que matariam todos nós e iriam mesmo, não teria o que fazer. Só não conseguiram porque o carro estragou, não andava e nos abandonaram”. A lembrança está na memória de um dos sobreviventes da chacina que deixou seis mortos em Joinville, no Norte de Santa Catarina, e que pode ter o número de vítimas ainda maior.

Os seis corpos foram encontrados carbonizados dentro de um carro no bairro Morro do Meio, zona Oeste da cidade, no domingo (9). O grupo de 10 pessoas morava em uma casa e trabalhavam em Joinville, para uma empresa que prestava serviço terceirizado de limpeza e roçada. Todos são de cidades paranaenses e estavam na cidade para trabalhar. Além de Marcos Machado, João Mário do Amaral, Ivonei Wendler dos Santos, Daniel Marcolino de Lima, Rivair Amaral Ribeiro, um homem continua desaparecido. Cristiano Souza, de 31 anos, ainda não foi localizado.

Dois dos três sobreviventes prestaram depoimento na tarde de segunda-feira (9) e relembraram as cenas de horror que viveram durante a madrugada e início da manhã do dia anterior.

“Eles já chegaram loucos lá na casa, batendo e puxando armamento e nós ficamos quietos. Estávamos sentados na área e ficamos quietos. Eles entraram e pegaram os piás, bateram muito neles, judiaram bastante. Eles levaram nós três em outro veículo, abandonaram e nós fugimos. Achamos um vizinho e só agradecemos. Eu sinto muito pelos meus companheiros de serviço, amigos, o meu gerente também, mataram ele queimado, nós vimos companheiros degolados dentro de casa também, todo mundo quebrado”, conta.

As cenas de terror não poderão ser esquecidas, mas o desejo é de justiça. “Eram companheiros de serviço, parentes, amigos, foi muito difícil. É uma coisa que eu nunca mais vou esquecer na vida. Mas, a polícia vai colocar a mão neles, isso tem que acontecer”, finaliza.

O dono da empresa para a qual o grupo trabalhava tem acompanhado o trabalho da polícia e auxiliado as famílias, que chegam a Joinville para a realização de exames para o reconhecimento das vítimas. Ainda em choque com a violência, Francisco Zermiani destaca o trabalho da polícia no caso. “Estamos tendo um grande apoio da polícia até para ver se encontramos quem está desaparecido. Eu nunca vi algo parecido com o que aconteceu na minha vida. Choca muito”, diz.

A Delegacia de Homicídios continua investigando o caso, aguardando perícias e ouvindo testemunhas para identificar os suspeitos e localizar o trabalhador que continua desaparecido.

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