Relação azedou. Foto: Julio Cavalheiro/Secom

Vice-Governadora anuncia o já conhecido rompimento com o governador Moisés em carta com cinco páginas

A Vice-Governadora de Santa Catarina, Daniela Reineher (sem partido) escreveu uma carta longa, com cinco páginas, admitindo o que já se sabia: rompimento oficial com o governador Moisés (PSL), construindo um cenário muito parecido com aquele vivido entre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice-presidente Michel Temer (MDB).

Assim como Michel Temer havia expressado há alguns anos atrás com a sua companheira de governo, Dilma Rousseff, o clima aqui parece ser o de decepção. A bolsonarista e ex-pesselista cita a “clara mensagem” deixada pelo eleitorado em 2018 classificando como “insatisfação e desejo de mudança à classe e ao sistema político nacional e estadual” e que “A inversão de valores morais e éticos, a destruição das famílias, a falta de liberdade econômica, a deturpação da educação, o desrespeito as religiões e a corrupção institucionalizada são apenas alguns exemplos de tudo o que os cidadãos rechaçavam e clamavam pelo fim” pontua Daniela.

A futura ingressante do Aliança pelo Brasil cita a expressiva votação de Bolsonaro e que pela primeira vez, o estado estava em consonância com o governo federal, o que de fato foi “descartada” por Carlos Moisés, como escreve a companheira de chapa do atual governante do estado.

“Mulher do Oeste” descartada e fora das decisões

A vice-governadora reclama que o rótulo de “Mulher do Oeste, muito proativa” foi deixada de lado pelo governador, que na visão dela, foi motivado “por opor a algumas decisões logo no início do governo”, porém sem citar quais decisões seriam estas.

Outra reclamação da autoridade diz respeito às presenças, classificando-as como constrangedora. Nesta, ela cita um exemplo: “Cito novamente um exemplo, certa vez, no início de uma reunião, de pauta relevante, na qual fui desconvidada por uma suposta insuficiência de cadeiras, sem que houvesse qualquer motivo aparente para esta total falta de cortesia, ética e profissionalismo” justifica Reineher.

Companheira de chapa

Durante as cinco páginas, ela cita o convite para composição da chapa: “ao ser convidada a compor a chapa como vice-governadora, fui bem clara quanto ao meu compromisso com a verdade, com a transparência e com cada uma das pessoas” e “que vossa excelência (se dirigindo ao governador) desfez a chapa tão longo sentiu-se eleito, colocando-se como o único representante á frente do governo estadual e trazendo ao seu entorno, o malfadado destino a que chegamos”. No começo da mensagem, ela tinha citado as recentes operações como a CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO.

Por fim, Daniela cita que a confiança que a mesma tem sobre o governador já estava abalada, devido ao capítulo com o agronegócio no ano passado e que ficou espantada pelo afastamento das pautas de liberdade econômica, “onde injustamente, fez os bons pagarem pelos maus”, cenário que na opinião dela ainda repercute mal.

Histórico de divergências

As posições antagônicas que os dois quadros apresentam já se mostram desde o ano passado. Além do imbróglio com os defensivos agrícolas, onde Moisés tinha por decisão taxar (decisão revertida depois) parte delas se acentua quando Moisés “rompeu” com o bolsonarismo, decidindo por ficar no PSL, enquanto Daniela migrou junto com a base mais fiel ao presidente Bolsonaro, ao qual migrará para o partido que será criado em breve.

Durante os quase dois anos de mandato, a vice-governadora discordou do valor gasto no Hospital de Campanha no estado. Logo depois, também criticou o afastamento de deputados chamados bolsonarista do PSL e ainda reclamou da compra de respiradores.

Aceno para a militância

A carta escrita pela política vem ao encontro da militância mais ligada ao presidente Bolsonaro, que elegeu Carlos Moisés por conta da mesma sigla partidária do presidente e que viram em Daniela uma figura querida, já que ela optou por sair do PSL.

Desde que Moisés vem se portando diferente do que Bolsonaro, parte dessa chamada “militância” vem dando sinais de decepção com o governador, principalmente pelos pontos elencados pela vice-governadora.

Moisés

Até o momento, o governador não respondeu a carta, redigida por sua companheira de governo.

Leandro de Souza - Rádio Piratuba FM

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