Casa da Memória preserva a saga da imigração regional em fotos e objetos que reproduzem uma residência originária do início do século passado.

CASARÃO ABERTO À VISITAÇÃO, GUARDA A MEMÓRIA DE PIRATUBA EM 70 ANOS DE HISTÓRIA

Piratuba - O espaço chama a atenção pelo acervo histórico e a nostalgia de um ambiente que já se tornou atrativo turístico na cidade. O velho casarão que marca época foi edificado nas primeiras décadas do século passado. Representa um marco na linha do tempo que une o ontem e o hoje no Centro Histórico de Piratuba.
A construção até poderia ser vista como uma imagem singela diante dos olhos de quem passa pelo local se não fosse por um detalhe: Guardiã do registro de um período colonial da região do Vele do Rio do Peixe, a edificação se sobressai ao conjunto arquitetônico local.
O alto padrão da construção, incomum para a época revela o glamour de um requintado projeto. A residência revela a nostalgia dos tempos e o bom gosto arquitetônico. São dois pavimentos que também rememoram o período de grandes transformações no interior catarinense.
A casa pertenceu a um dos primeiros colonizadores da Região: Leopoldo Ko Freitag, que chegou a então Vila do Rio do Peixe na década de 20. Em Piratuba, ele montou uma das primeiras empresas da região, uma indústria madeireira.
A saga da família Ko Freitag se funde ao longe a várias outras biografias construindo um mosaico poético possível de ser relembrado logo na sala de entrada da Casa da Memória. Imagens da extração madeireira em que gigantescos carregamentos se formavam no pátio da Estação Rio do Peixe aguardando o embarque.

Da ferroviária o produto nobre partia em direção de importantes mercados nacionais e internacionais. Também foi de trem que chegaram as primeiras famílias de colonizadores, descendentes de alemães, italianos e luzo brasileiros, os chamados caboclos. Até a década de 1940 grandes levas de agricultores vindos das chamadas colônias velhas na região de Montenegro no vale do Caí desembarcaram na Região do Contestado.

Longas viagens de trem ou até mesmo em carroças puxadas a boi. Assim seguia a vida dos desbravadores das novas terras catarinenses. As imagens são de um tempo em que a travessia do rio do Peixe era feita à balsa.
Com os povos dos rincões gaúchos chegavam também as tradições culturais e o modo singular de se viver. Assim surgiram as primeiras igrejas, a fé cristã manifestada no catolicismo e luteranismo que fez nascer um modo conjunto de celebrar as boas colheitas e prosperidade rural nas festas de Kerb.

As fotografias também ilustram o cotidiano regional e os primeiros passos do turismo com o descobrimento do manancial de águas termais e a criação do Balneário de Piratuba na década de 1960.
Da galeria de retratos para o cenário mobiliário: É neste ambiente que a casa ganha vida em móveis épicos originais. São acomodações como quartos e salas que evidenciam todo o requinte do período de colonização regional. Banheiros com peças importadas além de uma cozinha colonial equipada com móveis e utensílios como jogos de café e de jantar completam o conjunto.

O casarão de lembranças também reserva espaço para a galeria histórica de prefeitos que governaram a cidade de Piratuba. Os quadros de óleo sobre tela são obras do artista plástico piratubense José Peri.
As obras de arte também estão presentes em uma outra exposição. São as pinturas do artista plástico Bruno Muller, um imigrante alemão que chegou na Vila Rio do Peixe em 1914 retratam o dia a dia dos povos regionais além de belas paisagens.

Em cada imagem ou mobiliário, um novo fragmento da história de Piratuba se revela, em meio a região do Contestado. Cenários de batalhas, suor e lágrimas encobertas pelo tempo testemunham a controvertida epopéia poética de lutas e paz, em que de um lado o sertanejo doou a vida para permanecer na terra, do outro o colonizador se entregou a sorte para conquistar um pedaço de chão.
Assim teve início a história de Piratuba em 1910, com a formação da Vila Rio do Peixe, um acampamento de operários da construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, pela norte-americana Brazil Railway Company.

Em 1923, a vila tornou-se distrito de Campos Novos e em 1943, tem o nome substituído para Piratuba, que em tupi-guarani, significa abundância de peixes. Finalmente, em 18 de fevereiro de 1949, Piratuba, recebe a instalação como município.
O trem da memória partiu rumo ao futuro, deixando para trás fragmentos de um período em que a região do Vale do rio do Peixe surgia em meio a mata nativa, como uma promessa de progresso. Muitas famílias para cá vieram em busca do el dorado dos sonhos, outras daqui partiram levando um pouco do que conseguiram juntar no sagrado chão de vales férteis do interior catarinense.

E assim percorrer os corredores deste casarão nostálgico além de prazeroso passeio é uma jornada pelo conhecimento.
Como se em cada objeto nos revelasse uma fração histórica desse passado inesquecível projetado em fotografias e eternizado por lembranças e saudades!

Fonte: Ernoy Mattiello – ASCOM & MARKETING
Por: L. A.

Fotos

Outras Notícias

Consórcio Machadinho entrega trajes para Projeto Guapos

Os integrantes do Projeto Guapos, de Machadinho-RS, já estão devidamente trajados para as apresentações culturais. Os...

Prefeito Marcelo participa de audiência para revitalização de trecho entre a ponte até o portal

O prefeito de Ipira, Marcelo Baldissera e o vice-prefeito Clitor Knebel cumpriram agenda na SEI – Secretaria de Estad...

OAB/SC alerta para golpes de criminosos que se passam por advogados(as)

Infelizmente a advocacia é frequentemente alvo de fraudes e estelionatos contra clientes e contra escritórios. A Orde...

Município de Ipira repassa 30 mil reais para a Associação Ipirense de Karatê

O município de Ipira e a Associação Ipirense de Karatê celebraram, no dia 16 de abril, termo de colaboração. O docume...